Conferências ambientais são grandes momentos de alinhamento e debate das ações humanas frente ao meio ambiente e sociedade. Saiba mais!
Veja como as conferências ambientais desenvolveram esse conceito e lançaram as principais diretrizes da sustentabilidade, tal qual, conhecemos hoje.
As conferências ambientais visavam explicar o crescimento exponencial da produção, o consumo de recursos naturais e o impacto ambiental e social resultantes.
Histórico e contexto
Iniciadas no Pós-Segunda Guerra Mundial e no desenvolvimento da Terceira Revolução Industrial.
O contexto do pós-segunda guerra mundial, sinaliza um período de preocupação sobre o que o avanço do conhecimento e tecnologia poderiam resultar a curto e a longo prazo.
Enquanto os processos de industrialização passam a demonstrar alterações irreversíveis no meio, surgem as primeiras conferências ambientais.
Principais conferências ambientais
Com o objetivo de lidar com o rápido crescimento econômico citado acima, as conferências se propunham a lançar estudos, metas e diretrizes que pudessem nortear os países para um desenvolvimento passível de ser sustentado durante as próximas gerações.
Confira abaixo as principais conferências:
Conferência de Estocolmo (1972)
Organizada pela Organização das Nações Unidas (ONU), esta conferência se situou em Estocolmo, capital da Suécia.
Realizada em 1972, do dia 5 a 16 de junho, reuniu chefes de estado de 113 países e mais de 400 instituições governamentais e não governamentais.
Foram pautados temas como poluição atmosférica e consumo excessivo dos recursos naturais.
Contexto e histórico da Conferência de Estocolmo
A população vem crescendo exponencialmente desde o século XIX e desse crescimento se originaram grandes problemáticas.
Exemplos são a acidificação das chuvas, problemas de saúde pública causados pela destinação incorreta de resíduos, entre outros.
Então, no século XX, a Conferência de Estocolmo sinalizou a necessidade de olharmos para esse caos na tentativa de entendê-lo sob o viés do impacto ambiental.
Resultados da Conferência de Estocolmo
Tornou-se um marco ambiental por trazer a discussão do desenvolvimento econômico vs a degradação ambiental consequente.
Essa proposição evoluiu para o que conhecemos como sustentabilidade, pois pretendia analisar e estabelecer formas de obter o desenvolvimento da economia sem que isso afetasse a reposição de recursos na Terra.
Os resultados não foram concretos, visto que a definição de metas sofreu oposição por parte dos países desenvolvidos, que quiseram determinar a desaceleração do crescimento econômico.
Impactos da Conferência continuam até hoje
Essa medida impactaria os países que ainda não apresentavam o desenvolvimento econômico almejado e por isso resultou na oposição, também, por parte dos países subdesenvolvidos.
Surge então a Declaração da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, o primeiro documento a reconhecer a necessidade e direito humano de se viver em um meio ambiente de qualidade.
O desafio era sem precedentes e a Conferência de Estocolmo foi apenas o pontapé inicial para a criação de novos encontros que pudessem debater todas as problemáticas.
Eco-92 (92)
Após 20 anos da Conferência de Estocolmo, a ECO 92 ou Rio-92, organizada no Rio de Janeiro pela ONU, promoveu os mesmos temas sob a óptica dos novos conhecimentos que surgiram, como por exemplo o Relatório de Brundtland, o qual explicaremos mais à frente.
Obteve como resultado a Agenda 21, que, na busca de solucionar as problemáticas ambientais verificadas pelos estudos anteriores, elaborou um conjunto de estratégias e direcionamentos como modelo de planejamento para os países participantes.
Em tese, cada país desenvolve a sua agenda com base no modelo geral. A Agenda 21 brasileira, foi estruturada e apresentada no ano de 1997, com o objetivo de aplicar os conceitos do desenvolvimento sustentável no Brasil.
Conferências das Partes (COP’s)
São conferências mais frequentes, realizadas pela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática, autoridade no estudo de clima e de poluição atmosférica.
Criada durante a ECO-92, as COP’s se estabelecem como um marco das conferências por viabilizar a discussão e a verificação frequente das metas estabelecidas durante outras reuniões.
Tem como um dos principais resultados o Protocolo de Kyoto, desenvolvido na terceira COP na cidade de Kyoto, que define algumas metas para a diminuição da emissão de gases do efeito estufa.
Rio+10 (2002)
Com o objetivo de acompanhar o cumprimento das metas definidas na RIO-92 através da Agenda 21, 10 anos depois se estabeleceu a RIO +10, que apesar do nome ocorreu em Joanesburgo, na África do Sul.
As resultantes foram poucas além da inserção do debate social na esfera ambiental. Poucos países assinaram o Protocolo de Kyoto e, além disso, as metas foram vagas em suas definições sem abordarem prazos para os seus cumprimentos.
Rio+20 (2012)
Realizada no Rio de Janeiro com o objetivo de discutir a renovação dos acordos de sustentabilidade envolvendo os diferentes países, a Rio +20 contou com a presença de representantes de 183 países, entre eles o Irã e o Vaticano.
Os objetivos giravam em torno dos debates anteriores, com o diferencial da formalização de planejamentos que considerassem melhor o aspecto institucional e político das metas a serem atingidas.
Relatório Brundtland (1987)
Não configura uma conferência, mas não podíamos deixar de fora. Esse documento foi norteador para a Eco-92, que vem logo em seguida, servindo para embasamento e para definir a ideia de desenvolvimento econômico.
Chamado de Nosso futuro em comum, é resultado de um estudo, sendo lançado em 1987, pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento.
Neste documento foi abordado a impossibilidade de se manter o crescimento econômico, como conhecemos atualmente, no mesmo tempo que se preservam recursos e um meio ambiente saudável para as próximas gerações.
Nele, diversas ideias para tornar o desenvolvimento realmente sustentável foram propostas, desde a limitação do crescimento populacional à detenção de conflitos e de guerras.
A importância das conferências ambientais
Como consequência das conferências ambientais, tivemos diversos tratados e acordos que surgiram entre os diferentes países, para alcance conjunto das metas definidas e redução de impactos analisados e previstos pelos estudiosos.
Documentos importantes como o Relatório Brundtland, estabeleceram os nortes em que ainda nos baseamos para seguir rumo a uma sociedade onde se apliquem os conceitos de sustentabilidade.
Desta forma, as conferências ambientais configuram a arena do planejamento ambiental e das necessidades econômicas.
São nelas que ocorrem a definição de diretrizes que podem mudar nações e todo o planeta, ou ainda de conceitos que influenciam a dinâmica do mercado, as empresas e a sociedade, como por exemplo, a sustentabilidade. Sendo assim, imprescindíveis para o nosso futuro.
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